1º dia
Nosso dia começou tudo bem cedo, as 5:30 da manhã. Estava
bem quente em Portugal com aquele solzão que ninguém aguentava. A gente, justo
naquele dia decidiu que tinha de sair de casa a procura de negócios, porque
naqueles 2 meses os mares estavam mais calmos do que o normal, e o vento enchia
as velas de nossa caravela deixando um pouco mais difícil de embarcar já que
ela ficava se mexendo. Mais tarde para as 15:10, nossas famílias já tinham se
despedido e nós estávamos a subir no barco. Nós acreditamos que seria uma
viagem bem fácil já que na nossa visão o céu estava todo azul e o mar estava
calmo. Desancoramos nosso barco e fomos navegando na nossa jornada para a Índia.
No fim do dia as 21:10 fomos dormir.
2º dia
Todos acordamos bem cedo por um susto, uma corda, que não
era principal, soltou. Os meus marinheiros ficaram assustados e seguraram a
corda com todas suas forças não a deixando escapar enquanto os outros a
amarravam de volta em seu lugar. Por fim nós conseguimos amarrar bem a corda em
seu lugar para que ela não se soltasse. Eu como capitão pedi que eles checassem
todas as cordas para ter certeza que elas não iriam desamarrar novamente. Encontramos
mais 5 defeitos em cordas e conseguimos arrumar todas elas. Algumas demoraram
mais do que outras, mas por fim, todas foram arrumadas. Hoje o vento estava
batendo em nossas velas mais fortes do que o normal então elas tinham que estar
em constante observação para que nenhuma se soltasse. Mais para o fim do dia nossos
homens pegaram algumas bolachas e partiram para comer, e eu comi também junto
com eles. No fim do dia certificamos que estava tudo arrumado para irmos dormir
sem nenhum problema a se preocupar.
3º dia
Hoje por enquanto as 10:30 está sendo o dia mais calmo de
todos, sem nenhum problema, sem nada ruim a nossa frente, eu espero que fique
assim o dia todo. As 11:50 eu vi um floco de pássaros indicando uma chuva que
estava por vir, e avisei aos marinheiros e ajudantes para se prepararem para a
chuva. A chuva chegou às 18:10, mas estava fraca o dia inteiro possibilitando o
trabalho debaixo dela. A chuva só foi ficar mais forte bem a noite, às 22:16 e mesmo assim, nos todos já estávamos dormindo.
Esse dia era bem curto sem nenhum problema, um dos melhores por enquanto. Todo
o processo de comer bolachas foi feito novamente, mas hoje comemos menos já que
queríamos guardar comidas.
4º dia
No nosso quarto dia em mar me deu uma sensação que nosso
barco estava indo em uma direção errada, então pedi para que com uma bússola e
quadrante decidissem exatamente onde era nossa chegada, e por sorte eu estava
certo, nosso barco estava indo direto a um lugar desconhecido. Meus marinheiros
me avisaram disto e disseram que o melhor jeito era virar o barco 30 graus para
que alinhasse com a nossa chegada final. Com uma barquinha e uma ampulheta
medimos a velocidade do barco dentro de 30 minutos e descobrimos que íamos
chegar na Índia antes de 12 dias, uns 10 dias. Estava ótimo para navegar e
tínhamos que parar na África para reabastecer. Esse foi o dia em que medimos
certinho tudo que tinha de se medir para chegar corretamente em nosso ponto de
chegada. Este dia não comemos já que ninguém estava com fome, e também por fato
de preservação de comida.
5º dia
Nesse dia eu percebi com minha luneta uma tempestade
chegando e do outro lado a costa da África. Eu decidi com meus ajudantes que
seria mais fácil a gente pegar abrigo na costa e no próximo dia partirmos.
Nosso barco mudou de rota para a costa com a tempestade atrás da gente. Nós
aceleramos o processo usando remos gigantes que em caso de emergência podíamos
usar para ir mais rápido, e essa era uma emergência. Chegamos a costa da África
com a tempestade não tão longe e decidimos de fazer umas tocas para nos
abrigarmos. Ancoramos nosso barco muito bem, pegamos recursos da natureza, e
cada um fez sua própria toca. Parecia uma mini vila e rezamos para que
resistisse a tempestade, e também para o nosso barco resistir a mesma. Essa
noite era bem molhada mas espero que todos consigam dormir bem. Pegamos uma
grande quantidade de biscoito para dividir antes que a tempestade ficasse pior.
6º dia
Nesse dia saímos de nossas tocas e percebi que um grupo de
pessoas não tinha acordado. Eles estavam com um caso bem ruim de verminose e
decidimos com os adoentados que o melhor a fazer era os queimarem para que
parassem de sofrer. Nos despedimos deles e os amarramos em troncos com palhas
em volta a fim de que fossem queimados. Sentíamos pelas perdas e muitos
choraram, infelizmente tivemos que seguir em frente como se isso nunca tivesse
acontecido para que ninguém ficasse com esse medo todo na cabeça. Tivemos
certeza de que pegamos tudo e partimos.
7º dia
Já que ontem a gente não comeu, hoje todo mundo comeu bem
cedo a fim de ter energia suficiente para a jornada. Sabíamos que estávamos
perto e que nossa chegada estava próxima, mas ainda faltavam três dias, e nesses
três dias podia acontecer uma miséria que a gente nem perceberia. Eu vi um
grupo de marinheiros falando entre eles sobre os guardiões das águas, uns
dragões de duas cabeças que protegem os oceanos com tempestades, eles disseram
que foi isso que atacou nosso grupo no barco. Eu cheguei perto e disse que se
este fosse o caso, nós já teríamos morrido há muito tempo e que não era para
ter esses medos imaginários por que o único que pode fazer isso é Deus, só Deus
sabe o que faz com essas dificuldades reais como as tempestades. Esse dia eu
também deixei todo mundo comer um pouco de biscoito.
8º dia
No começo do dia foi tudo bem legal sem nem um problema até
agora. Mas como sempre eu pedi para os meus marinheiros checarem as cordas por
causa daquela sensação que algumas delas estavam soltas, e novamente eu estava
certo, tinha cinco cordas mais soltas do que outras e outras duas que estavam
quase se soltando, um grande risco que graças a mim e meus marinheiros
conseguimos resolver novamente. Mais tarde na hora de comer um quarto dos marinheiros
pediram uma coisa diferente de só comer biscoito, eu disse que só tinha carne
salgada que não era uma boa comer agora já que estava um sol forte sendo
arriscado perder bastante vitamina C. Eles aceitaram a proposta e insisti para
eles não comerem carne, porém alguns comeram.
9º dia
O começo deste dia foi bem assustador já que hoje eu acordei
bem cedo as 3:40 para checar os marinheiros, e por incrível que pareça eu vi os
que tinham comido a carne salgada com suas gengivas inchadas e pareciam estar
sangrando. Fui diretamente a um livro sobre possíveis doenças que minha mãe me
deu e fui ver sobre esta doença, descobri que era uma doença chamado o
escorbuto que podia ser letal para qualquer um já que deixa seu corpo frágil a
qualquer doença, e por incrível que pareça foi exatamente causado pelo fato de
perda da vitamina C. Eles não tinham acordado ainda então tínhamos que
trabalhar rápido para levá-los ao hospital na Índia. Esse dia foi bem corrido e
eu dei uma boa quantidade de biscoito para os marinheiros que estavam
trabalhando todos duro. Eu até fui fazer parte do trabalho de remar junto com
meus ajudantes para chegar o mais rápido possível à Índia. Quando anoiteceu
todo mundo pegou mais uma porção de biscoitos e foi dormir.
10º dia
Esse dia toda tripulação foi acordada por um marinheiro que
decidiu ficar de olho a noite, ele gritou ‘’TERRA A VISTA’’ e foi quando eu saí
de minha cabine correndo para a proa do barco e vi a Índia e todos os outros
navios ancorados. Finalmente o posto de trocas. Sorte nossa que tinha um
hospital bem perto. Fomos rapidamente ancorando nosso navio e metade foi reabastecer
nossos suplementos e a outra metade foi levar os doentes para o hospital. Eu
ajudei a levar os doentes esperando pelos seus resultados os quais foram
horríveis. Infelizmente tínhamos perdido um quarto de nossa tripulação. Enfim,
conseguimos um lugar para ficar a noite e comer bem para a partida amanhã.
Tivemos certeza antes de dormimos de checar se estava tudo pronto no barco a
fim de que amanhã só subiríamos no barco e partiríamos para Portugal.
O resto da história de Guilherme I não conseguimos descobrir. Infelizmente
achamos que o barco dele foi afundado, mas ainda não sabemos ao certo. O corpo
dele não foi encontrado e achamos que ele nadou até a terra e está vivendo em
alguma ilha. A família dele ainda vive que são os Feitosa e os Lyra.